segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Push Girls, o novo reality show sobre mulheres cadeirantes no Sundance Channel


Nova série norte-americana sobre mulheres cadeirantes estreia nos Estados Unidos. O reality show se chama “Push Girls” que em inglês significa mulheres destemidas e vai passar no Sundance Channel. A série simula a vida de quatro mulheres cadeirantes, mostrando a “realidade” de jovens e suas relações amorosas. A ideia é mostrar que essas mulheres podem ser bonitas e bem sucedidas mesmo utilizando uma cadeira de rodas.
Percebemos o aumento de séries que têm personagens com deficiência, assim como realities shows que abordam essa questão. Um que gosto muito de assistir foi traduzido como “A pequena grande família” que mostra uma família com pais anões. Esses realities podem fazer as pessoas entenderem o que é ter deficiência. Entender quais são as dificuldades, como as famílias são iguais.
Este novo programa parece interessante, apesar de ter só visto uma propaganda. Mas, me preocupa a questão de todas cadeirantes terem que ser jovens, lindas e bem sucedidas. “Push girls” me lembra os filmes americanos que sempre abordam a questão da popularidade como algo muito importante. Contudo, é necessário mostrar quem elas são, como encararam o preconceito, as barreiras. Também devemos pensar que as barreiras físicas são bem diferentes entre mulheres brasileiras e americanas. Mas, de qualquer forma existir um reality sobre este assunto já mostra o espaço que a discussão sobre inclusão está ganhando.

Fonte: Guia Inclusivo

Paralisia cerebral: dos aspectos físicos à inclusão social

Paralisia cerebral: dos aspectos físicos à inclusão social
A paralisia cerebral pode ser provocada por diversos motivos, que incluem asfixia, hemorragia intra-craniana, má-formação fetal e infecções.[Imagem: Biodigitalhuman]
Consequências
A paralisia cerebral é resultante de uma lesão ocorrida nas áreas motoras do sistema nervoso, afetando o comando do cérebro.
A condição pode ocorrer em algumas áreas do cérebro, como o cerebelo, caso em que o equilíbrio é prejudicado; ou no sistema piramidal, quando ocorre o tipo mais comum de paralisia, e a mobilidade voluntária da pessoa é afetada.
Em ambos os casos, as consequências físicas refletem-se em dificuldades sociais e psicológicas, tanto para o paciente quanto para sua família.
Pesquisas da USP (Universidade de São Paulo) indicam caminhos possíveis para lidar com a questão.
Causas da paralisia cerebral
A neurologista infantil Clarissa Bueno explica que, além das diferentes áreas do cérebro, a doença também pode ser provocada por diversos motivos, que incluem asfixia, hemorragia intracraniana, má-formação fetal e infecções.
Segundo ela, as causas também influem na gravidade das malformações físicas dos pacientes.
"No caso de hemorragias, as partes mais afetadas são os membros inferiores. Em casos de asfixia, o comprometimento costuma ser nos quatro membros e eventualmente na área de cognição", explica a médica.
A reabilitação dos pacientes, baseada em fisioterapia, fonoaudiologia e terapia ocupacional - para o treinamento de movimentos rotineiros - consegue, em casos menos graves, bons resultados.
"No caso de paralisias hemorrágicas, é possível que o paciente volte até mesmo a andar". Em alguns casos, é necessário aplicar relaxantes musculares, assim como toxinas botulínicas, para facilitar o movimento muscular nas áreas atingidas.
Visando diminuir os riscos de paralisia nos recém-nascidos - que no Brasil atinge hoje cerca de atinge cerca de 10 em cada 100 mil crianças - a neurologista ressalta a necessidade de manter um maior acompanhamento da saúde da gestante.
"Os exames de rotina, estudos da condição de saúde da gestante e o pré-natal são indispensáveis, além da existência de boas condições para o parto", declara Clarissa.
Inclusão social e escolar
A paralisia cerebral vai além dos problemas físicos e cognitivos. A criança portadora da doença, ao crescer, enfrenta dificuldades diárias para interagir com os colegas e frequentar escolas de educação regular, já que muitas não estão preparadas para recebê-las de uma forma inclusiva.
Ticiana Melo de Sá Roriz, terapeuta ocupacional e especialista em desenvolvimento infantil, aponta que as dificuldades são verificadas em dois aspectos: ambientais/arquitetônicos e atitudinais.
O primeiro caso diz respeito à estrutura física. "Devemos repensar sobre a própria estrutura como nossa sociedade se organiza em termos de acessibilidade, muitas vezes ineficaz ou inexiste", comenta.
O segundo fator baseia-se na atitude e no comportamento da escola e da própria família. "Muitas vezes a família acaba optando, mesmo inconscientemente, pela superproteção, impedindo a criança de circular nos diversos espaços sociais", aponta.
Para que a inclusão realmente ocorra, Ticiana acredita que o primeiro e principal passo é acreditar que a inclusão é possível. "A inclusão não pode ser assegurada apenas pela vontade de um ou outro professor. A escola tem que ser inclusiva".
Para a terapeuta, a escola deve se preparar tanto na eliminação de barreiras arquitetônicas, aquisição de recursos de adaptação e acessibilidade, quanto na formação continuada de professores e funcionários.
Sobrecarga nas famílias
Não é somente a criança com paralisia cerebral que passa por dificuldades. Sua família também é impactada por essa situação, sofrendo grandes mudanças nos hábitos de vida.
Foi a partir dessa constatação que a pesquisadora e fisioterapeuta Manuela Oliveira Santos Rosset procurou identificar e descrever a sobrecarga a que estão submetidas essas famílias.
"A doença requer que os familiares do paciente passem a colocar as suas próprias necessidades e desejos em segundo plano, vivenciando mudanças no estilo de vida e podendo sofrer dos mesmos problemas que a criança", afirma Rosset.
Ela identificou como principais dificuldades a possível demora da aceitação do diagnóstico pelos pais, a falta de comunicação entre estes e os profissionais de saúde e a falta de acesso aos serviços destinados ao atendimento - o que pode estar relacionado com o perfil socioeconômico da família.
"A classe social afeta o modo pelo qual os membros da família organizam sua vida diária e como enfrentam os desafios e crises. A maioria dos familiares ressalta que a condição financeira é essencial no tratamento da criança, pois a família com renda mensal mais baixa enfrenta problemas maiores", comenta.
Assim, a pesquisadora concluiu que as famílias devem ser orientadas pelos profissionais de saúde, de modo que a sobrecarga possa ser minimizada, ressaltando também a importância da figura do "cuidador" - uma pessoa que possa aliar o conhecimento do especialista com a prática cotidiana. "Quando a criança faz parte de uma unidade familiar, o profissional deve programar o tratamento, visando a beneficiar tanto a criança como sua família", completa.

http://www.diariodasaude.com.br/news.php?article=paralisia-cerebral&id=7872

Biamputado, Oscar Pistorius, realiza sonho olímpico



INFO


Londres - Primeiro atleta biamputado a ser inscrito em uma edição dos Jogos Olímpicos, o sul-africano Oscar Pistorius finalmente realizou o sonho de competir no evento ao correr a eliminatória dos 400 metros de Londres 2012.
Conhecido como "Blade Runner", o corredor de 25 anos brigava desde 2007 para poder competir com atletas não portadores de deficiência.

 

Antes dos Jogos de Pequim, em 2008, ele foi proibido pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) de competir, mas recorreu da decisão e até conseguiu o direito de tentar ir à China, mas não conseguiu o índice. A estreia então aconteceu no Mundial de Daegu, em que ajudou a África do Sul a ser prata no revezamento 4x400m.

Neste sábado, Pistorius participou de uma eliminatória com cinco competidores, entre os quais cinco se classificavam. Ele completou o percurso em segundo, com seu melhor tempo no ano (45s44), atrás apenas do dominicano Luquelín Santos, campeão mundial júnior, que venceu com um tempo de 45s04.
"Estava muito nervoso nesta manhã. Agradeço a todos pelo apoio. Fiquei com vontade de chorar porque senti uma mistura de emoções. Foi uma experiência maravilhosa, com o público me animando em massa. Corri tantas vezes na Grã-Bretanha que me sinto em casa", declarou o sul-africano.
"Blade Runner" ainda tem outros objetivos. Ele se propôs a obter um ´tempo digno´ nas semifinais, além de participar do revezamento 4x400.
"Tenho que agradecer a minha equipe porque acreditaram em mim. Estamos juntos há nove anos", afirmou.
Após Londres, o sul-africano, que competirá também nos Jogos Paralímpicos, colocou para si mesmo como meta participar dos Jogos do Rio de Janeiro, em que terá 29 anos e espera estar no auge da carreira.