quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

Auxílio a idosos e deficientes terá mudanças

a-reforma-da-previdencia-proposta-pelo-governo-federal-mantem-criterios-diferenciados-para-a-aposentadoria-de-trabalhadores-com-deficiencia
A reforma da Previdência, proposta pelo governo federal, mantém critérios diferenciados para a aposentadoria de trabalhadores com deficiência
O governo deve adotar uma série de medidas para tentar limitar os gastos com o Benefício de Prestação Continuada (BPC), auxílio concedido a pessoas com deficiência e a maiores 65 anos que não contribuíram com a Previdência. O plano prevê três medidas que, em última análise, vão limitar o acesso ao auxílio e achatar o valor que é pago a beneficiários, no momento de um salário mínimo.
A proposta em discussão prevê ampliar a idade mínima para que idosos tenham direito à obtenção do benefício. Atualmente, podem ser beneficiados pessoas com mais de 65 anos com renda familiar per capita de até um quarto de salário mínimo.
O governo, no entanto, receia que, com a mudança nas regras da idade mínima para aposentadoria de 60 para 65 anos, proposta na reforma da Previdência, o BPC acabe se tornando uma alternativa às pessoas que teriam direito a receber aposentadoria no mesmo valor.
Se isso acontecesse, afirmam, pessoas poderiam se sentir desestimuladas a contribuir para a Previdência. Para que não haja uma “concorrência” entre o BPC e a aposentadoria, a alternativa seria ampliar a idade mínima para o acesso ao benefício. A proposta avaliada é dos 65 anos atuais para 70 anos.
Mínimo
O outro ponto a ser alterado é desvincular o valor do benefício do salário mínimo. Integrantes do governo não escondem que a mudança tem como objetivo principal reduzir, a médio prazo, o valor concedido no auxílio. Isso porque, pelo entendimento do grupo que discute a mudança, não haveria nenhum indexador mais forte do que o próprio salário mínimo.
O Benefício de Prestação Continuada é considerado o segundo maior benefício não contributivo existente no País. O orçamento deste ano para o auxílio é de R$ 50 bilhões, bem mais que os R$ 42 bilhões desembolsados em 2015. O valor movimentado pelo BPC perde apenas para a aposentadoria rural, com orçamento de R$ 92 bilhões. Em terceiro lugar, vem o Bolsa Família, com orçamento anual de R$ 31 bilhões. A estimativa é de que o BPC seja concedido a 4,2 milhões de pessoas. Desse total, 45% são idosos e 55%, deficientes – entre eles, crianças com microcefalia.
Renda
O terceiro ponto que deverá ser discutido é o corte de renda. A estimativa é de que, dos 4,2 milhões de beneficiários, cerca de 30% tenham uma renda per capita superior a um quarto de salário mínimo, como é previsto em lei. Esses beneficiários obtiveram o direito na Justiça, sob o argumento de que esse corte de renda não é suficiente para se caracterizar a pobreza. Um argumento usado sobretudo por pessoas com deficiência. Em razão das limitações, famílias com pessoas com deficiência poderiam ter gastos imprevistos, principalmente para tratamentos.
Para tentar refrear as ações na Justiça, a alternativa estudada pelo governo é criar um algoritmo em que se avaliaria não só a deficiência, mas o nível de dependência do candidato ao benefício. Quanto maior a dependência, mais flexível seria a análise do critério de renda mínima per capita.
Uma pessoa com lesão na medula, por exemplo. O grau de deficiência é o mesmo, independentemente do local onde ela more. No entanto, a dependência pode ser maior, por exemplo, se essa pessoa mora num local de difícil acesso, com falta de infraestrutura para pessoas com deficiência. Isso seria levado em conta. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Fonte: Isto É

GOOGLE.ORG INVESTE EM PROJETOS PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

Por meio do Desafio de Impacto Deficiências, a organização ligada ao Google doou US$ 20 milhões para ONGs e projetos inclusivos no mundo todo
Homem jovem com deficiência em cadeira de rodas automatizada em corredor iluminado
Compartilhe:
Com enfoque nas tecnologias assistivas de código aberto para ajudar pessoas com deficiência, os aportes recebidos foram entre US$ 750 mil a US$ 1 milhão, de acordo com o Wired. Impressoras 3D de próteses, bibliotecas virtuais acessíveis a cegos e recursos automotivos para cadeiras de rodas foram algumas das ideias apresentadas.
A organização justificou seu investimento com estatísticas: há mais de um bilhão de pessoas no mundo que vivem com algum tipo de deficiência. Segundo Brigitte Hoyer Gosselink, líder do projeto, uma em cada três pessoas com deficiência vive em condições de pobreza nos Estados Unidos.
Já nos países em desenvolvimento, os números são ainda maiores. Segundo a ONU (Organização das Nações Unidas), 80 a 90% das pessoas com alguma deficiência e idade produtiva estão desempregadas. Em relação às crianças, apenas 5% conseguem completar o ensino fundamental. No Brasil, a estimativa é de 45 milhões de brasileiros com algum tipo de deficiência, segundo CENSO IBGE 2010.
A relação completa de projetos e ONGs que receberam aporte está no site do Google.Org Site externo.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

Dica de filme: Marcos Veras fala de 'O filho eterno': 'Ninguém sai igual desse filme'

Em seu primeiro papel dramático, ele interpreta pai de garoto com Down.
Filme de Paulo Machline adapta obra de Cristovão Tezza; estreia é em 1º/12.

Do G1, em São Paulo



















Conhecido por seu trabalho humorístico, Marcos Veras faz em "O filho eterno" sua estreia em um papel dramático. No filme, que entra em cartaz no dia 1º de dezembro, ele interpreta um homem que vê sua vida se transformar após o nascimento do primeiro filho, que tem síndrome de Down. "Eu acho que o maior desafio desse filme não é o fato dele ser um drama, e sim a complexidade do personagem", afirmou o ator em vídeo que o G1 divulga em primeira mão gravado nos bastidores das filmagens.

Assista, no vídeo acima, a Marcos Veras comentando 'O filho eterno'.
Veras reconhece que o gênero do longa "é uma proposta que eu tinha experimentado pouco". "Mas, antes de ser comediante, humorista, eu sou ator", diz. Com direção de A direção é de Paulo Machline ("Natimorto" e "Trinta"), a produção adapta o livro homônimo escrito por Cristovão Tezza.
Com inspiração autobiográfica e publicado em 2007, o romance rendeu ao autor o Prêmio Jabuti, o Prêmio Portugal Telecom e o Prêmio São Paulo de Literatura. Foi traduzida para mais de dez idiomas e considerada uma das mais importantes da literatura brasileira recente.

No filme, o pai se chama Roberto (Veras). É um escritor ainda não publicado prestes a ter o primeiro filho. Para ele, o nascimento marcará o início de uma nova fase. A história, entanto, muda de rumo quando, ainda no hospital, ele descobre que o garoto, chamado Fabrício (Pedro Vinicius), tem Down.

O diagnóstico afeta decisivamente a relação de Roberto com a esposa, Cláudia (Débora Falabella). "Ao longo de 12 anos, o verdadeiro significado da paternidade é revelado, em meio a obstáculos, conquistas e descobertas", diz a sinopse.

Para Veras, "antes dele falar da síndrome de Down, ele [o filme] fala sobre esse momento diferente na vida de qualquer homem, que é ser pai, é um filme que fala das dificuldades de criar um filho, independente da síndrome".

Ele também comentou a experiência das filmagens: "A convivência com o Pedro Vinicius para mim foi arrebatadora. Para terminar as filmagens foi um sacrifício, no último dia foi difícil me despedir dele. Acho que ninguém saiu igual desse filme. Eu arrisco dizer que é um filme necessário, que a família deve ver, um filme que fala de amor".
Pedro Vinicius (à esquerda) e Marcos Veras em cena de 'O filho eterno' (Foto: Rosano Mauro/Divulgação)Pedro Vinicius (à esquerda) e Marcos Veras em cena de 'O filho eterno' (Foto: Rosano Mauro/Divulgação)
Marcus Veras em cena de 'O filho eterno' (Foto: Rosano Mauro/Divulgação)Marcos Veras em cena de 'O filho eterno' (Foto: Rosano Mauro/Divulgação)
Marcos Veras e Uyara Torrente em cena de 'O filho eterno' (Foto: Rosano Mauro/Divulgação)Marcos Veras e Uyara Torrente em cena de 'O filho eterno' (Foto: Rosano Mauro/Divulgação)
Marcus Veras (à esquerda) e Pedro Vinicius em cena de 'O filho eterno' (Foto: Rosano Mauro/Divulgação)Marcos Veras (à esquerda) e Pedro Vinicius em cena de 'O filho eterno' (Foto: Rosano Mauro/Divulgação)
Marcus Veras (à esquerda) e Débora Falabella (ao centro) em cena de 'O filho eterno' (Foto: Rosano Mauro/Divulgação)Marcos Veras (à esquerda) e Débora Falabella (ao centro) em cena de 'O filho eterno' (Foto: Rosano Mauro/Divulgação)
Débora Falabella e Marcus Veras em cena do filme 'O filho eterno' (Foto: Rosano Mauro/Divulgação)Débora Falabella e Marcos Veras em cena do filme 'O filho eterno' (Foto: Rosano Mauro/Divulgação)

sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

Publicidade inclusiva desafia marcas a experiências sensoriais

O último censo do IBGE, divulgado em 2010, revela que 23,9% da população brasileira têm pelo menos uma das deficiências aferidas pela pesquisa: visual, auditiva, motora e mental ou intelectual. A deficiência visual é a que registra maior ocorrência, afetando 18,6% da população brasileira. Em segundo lugar está a deficiência motora, ocorrendo em 7% da população, seguidas da deficiência auditiva, em 5,10% e da deficiência mental ou intelectual, em 1,40%.
Só entre 2001 e 2006 o aumento da participação dessa parcela da população no mercado de trabalho aumentou 5.000%. Ou seja: é um público ativo, que participa consideravelmente do mercado e, a cada geração, é possível observar a ascensão progressiva dos seus rendimentos. Ao total, são quase 46 milhões de brasileiros que estão na cadeia de consumo, mas que têm necessidades diferentes para receber a informação. Você já pensou o que sua marca tem feito para se comunicar com esta fatia importante do público?

Mapear e transformá-los em target

RPC - Publicidade Inclusiva - Fhabyo Matesick
Fhabyo Matesick: está na hora de desmembrar e entender o perfil deste público
Não é raro que estes consumidores se sintam negligenciados pelo mercado devido às falhas no processo de contato, que raras vezes se adéquam às suas necessidades. Fhabyo Matesick, diretor de planejamento da agência de propaganda Tif, em Curitiba, explica que o principal fator limitador é a ausência de informações sobre estes targets, como eles se comportam e o que esperam dos processos de comunicação. “Quantas pessoas da audiência de cada meio são portadoras de deficiências? Quais canais eles usam mais para buscar informação? Nunca vi institutos de pesquisa desmembrarem o perfil do público dessa forma. Está mais do que na hora de mapearmos e realmente pontuá-los dentro do processo”, explica.
Para Matesick, é crucial que a publicidade tenha conhecimentossobre os processos de consumo deste público para atuar de forma inclusiva. “Em 12 anos de agência, nunca tive a oportunidade de participar da concepção de uma campanha que também estivesse preparada para falar com pessoas com deficiência. Sem dados, não conseguiremos fazer da publicidade um espaço de inclusão”, acredita.

Marketing sensorial e tecnologias assistivas

Quando se fala em publicidade inclusiva é até comum imaginá-la separada da publicidade “tradicional”. Mas as duas podem e devem ser trabalhadas em conjunto: já pensou em incluir no ponto de venda, nas revistas informativas e em outros espaços de comunicação offline a comunicação com o público deficiente visual usando o sistema braille?
Em fevereiro deste ano, a empresa de telecomunicações TIM anunciou o desenvolvimento do plug-in “emodi sounds”, que permitem a usuários cegos ouvirem com emoção os emojis enviados em conversas
Em fevereiro deste ano, a empresa de telecomunicações TIM anunciou o desenvolvimento do plug-in “emoji sounds”, que permitem a usuários cegos ouvirem com emoção os emojis enviados em conversas







Em 2014, uma concessionária da Volkswagen no Brasil resolveu associar-se ao movimento rosa com uma campanha que leva as mulheres a apalparem de fato o papel. Foi distribuído junto com um jornal impresso uma espécie de flyer interativo que associa o toque com os dedos do auto-exame às mamas com a leitura em braille
No meio televisivo, o closed caption ainda é uma das soluções pioneiras de inclusão aos deficientes auditivos, pois permite que este público acompanhe a programação da telinha com a ajuda de audiodescrição. No universo online, a experiência dos usuários com deficiência já conta com imensa variedade de recursos facilitadores, como aplicativos que podem ser programados para funcionar junto aos sites e fazer a leitura para deficientes visuais.  Essas e outras ferramentas, como braille ou até mesmo a rampa para o cadeirante, são chamadas de tecnologias assistivas: são recursos que facilitam o dia a dia das pessoas com deficiência e atendem às suas diferentes necessidades. Na comunicação publicitária, há ainda muito campo para inovação.
RPC - Publicidade Inclusiva - Lak Lobato
Sons que Lak escutou depois que voltou a ouvir e que marcaram sua vida: chiado da latinha de refrigerante abrindo, o primeiro “eu te amo” do esposo e o barulho do vento
Lakshmi Lobato é publicitária e perdeu a audição aos dez anos. Aos 32 anos, por meio de cirurgia de implante coclear, voltou a ouvir. Mas nestes 22 anos, Lak se adaptou à surdez e fez tudo o que sonhou: graduação, aprendeu francês, casou, viajou. Já trabalhou em agências como Leo Burnett Tailor Made e Fabrica, de São Paulo.
“A base da comunicação na propagandaquase sempre é visual, porém, a importância do diálogo e dos sons ambientes faz com que você realmente compreenda a mensagem. Tente assistir os comerciais sem o áudio e entender perfeitamente o que estão vendendo, qual o apelo, o que motiva o consumidor a comprar. Nem sempre é compreensível. Às vezes, sequer dá para saber o que estão vendendo”, afirma Lak.  A solução pode ser criar uma legenda descritiva especial para deficientes auditivos quando a campanha for à telinha. “Além do diálogo, este tipo de legenda descreve os sons que compõem o cenário, uma campainha, passos suspeitos, cachorro latindo, fundo musical de suspense”, explica.
Quando bem feita, conta Lobato, mesmo que seja veiculada por sistema fechado (closed caption) já ajuda a traduzir perfeitamente a propaganda. “Já no caso dos surdos que não têm domínio no português, a janela de intérprete de LIBRAS é necessária”, avalia.

Primeiras impressões depois que voltou a ouvir

Depois que voltou a ouvir, Lak conta que a primeira propaganda que a marcou foi a da VIVO, que narrava a história da música Eduardo e Mônica, da banda Legião Urbana. “Meu marido estava no computador e eu ouvi um som familiar. Não cheguei a reconhecer claramente, mas algo em mim me fez pular na cadeira e perguntar: “Que som é esse?”.
Ao descobrir de qual música se tratava, Lak foi atrás da agência que produziu a campanha e contou sua história. “O diretor de arte da propaganda comentou no meu blog pessoal que tinha ficado emocionado. Eu até ganhei um poster autografado pelos músicos da banda. Foi uma surpresa incrível, porque eu nunca imaginaria que uma propaganda pudesse me afetar tanto e respingar tanto em quem fez a propaganda, o fato dela ter me afetado”, conta.
Deu pra entender por que é fundamental que as marcas repensem a forma com que se comunicam junto ao público? Vamos juntos pensar em uma publicidade mais inclusiva!

terça-feira, 6 de dezembro de 2016

10 campanhas para o Dia Internacional do Deficiente Físico


O Dia Internacional das Pessoas com Deficiência é celebrado todos os anos em 3 de dezembro

http://exame.abril.com.br/marketing/10-campanhas-para-o-dia-internacional-do-deficiente-fisico/

segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Série de fotos com pessoas com Síndrome de Down ilustra a beleza e diversidade humana

Foto: Sigga Ella
Através de uma simples cadeira verde e um pano de fundo floral, uma artista islandesa está mostrando a diversidade e beleza do ser humano.
Fisrts and foremost I am (Em primeiro lugar eu sou) é uma exposição de 21 fotos com pessoas com Síndrome de Down tiradas pela fotógrafa Sigga Ella. Ella entrou em contato com a Associação da Síndrome de Down da Islândia, família e amigos para reunir um grupo de pessoas entre nove meses e 60 anos para fotografar para o projeto. A artista escolheu 21 modelos para ilustrar a cópia extra de cromossomo 21 que causa a condição genética.
“Eu passei algum tempo com cada pessoa para que eu pudesse mostrar o melhor possível quem cada um é”, disse a artista. “Eu queria que cada fotografia mostrasse uma pessoa com suas características únicas”.
Foto: Sigga Ella
A exibição foi inspirada por um programa de rádio que Ella ouviu e que discutia as questões éticas levantadas ao se fazer um diagnóstico pré-natal para detectar as condições do bebê. Isso provocou Ella, que tem na família um parente com Síndrome de Down. “Para onde estamos caminhando? As pessoas realmente irão escolher não ficar com o embrião caso descubram que ele tem Síndrome de Down?” ponderou a artista.
Para responder a essas questões, Ella começou a trabalhar no projeto. “Eu queria provocar as pessoas a pensarem que somos únicos. Devíamos
acolher e celebrar a diversidade dos seres humanos”, afirmou.
O título do trabalho vem de um artigo escrito por Halldóra Jónsdóttir, mulher retratada no projeto. Ela escreveu: “Eu tenho Síndrome de Down, mas em primeiro lugar eu sou Halldóra. Eu faço milhões de coisas que outras pessoas também fazem. Minha vida tem significado e é boa, porque eu escolhi ser positiva e ver as coisas boas da vida”.
Ella usou essa positividade para montar a exibição, mantendo a simplicidade e escolhendo um fundo para “enfatizar que todas os tipos de flores Foto: Sigga Ellapodem crescer e florescer juntos”. Ela não deu instruções às pessoas fotografadas sobre como se vestir ou posar, querendo que todos fossem fotografados felizes e confortáveis.
O trabalho começou como o trabalho final de Ella na Escola de Fotografia de Reykjavik. Todos os retratos foram tirados ao final de 2013 e começo de 2014 e foram mostrados pela primeira vez na escola em fevereiro do ano passado. A exposição atualmente está no Museu de Fotografia de Reykjavik e irá para a Polônia para o Festival de Arte Fotográfica de Varsóvia em maio.
Confira mais fotos da exposição abaixo:
Foto: Sigga Ella
Foto: Sigga Ella
Foto: Sigga Ella
Foto: Sigga Ella
Foto: Sigga Ella
Foto: Sigga Ella
Foto: Sigga Ella
Tradução: Adele Lazarin
Fotos: Sigga Ella

domingo, 4 de dezembro de 2016

Inovação Educativa

http://fundacaotelefonica.org.br/noticias/repensando-os-processos-de-ensino-aprendizagem/

Inovação Educativa

#cidadaniaFT

http://fundacaotelefonica.org.br/noticias/repensando-os-processos-de-ensino-aprendizagem/

Estilistas criam coleção especial para quem tem algum tipo de deficiência física

Thailla Torres
Moda inclusiva busca incentivar a indústria da moda a olhar para o público com deficiência. (Foto: Lohana Holsbach) Moda inclusiva busca incentivar a indústria da moda a olhar para o público com deficiência. (Foto: Lohana Holsbach)

Comprar uma roupa confortável, sem a necessidade de ajuste, ou toda vez ter que escolher um modelo infantil de sapato são só algumas situações que pessoas com deficiência física acabam enfrentando. Mas um desfile em Campo Grande pretende mostrar que é possível produzir uma coleção que atenda a essas necessidades. O conceito é de "moda inclusiva", para ir além da modinha consumista convencional.
A ideia do desfile é despertar em estilistas e no mercado da moda o olhar para peças que contribuam com a autonomia de pessoas que dependem, por exemplo, da cadeira de rodas. A proposta foi da jornalista Ana Paula Cardoso, que é cadeirante por conta de um acidente de trânsito em 2009.
Para realizar o evento, tem o apoio da AMDEF (Associação de Mulheres com Deficiência de Campo Grande). A presidente da entidade, Mirella Ballatore, lembra que o projeto é novo, mas avalia que é um avanço. “Não existe moda para a pessoa com deficiência aqui e eu nunca vi. A gente compra as roupas normais e a única solução é adaptar, o que nem sempre é confortável. Então a ideia é conscientizar esse universo da moda”, explica.
Jardineira infantil foi pensada para vestir a criança sem tirá-la da cadeira de rodas.  (Foto: Antônio Arguello)Jardineira infantil foi pensada para vestir a criança sem tirá-la da cadeira de rodas. (Foto: Antônio Arguello)
Mirella tem a Síndrome dos Ossos de Cristal e é cadeirante. Ela já perdeu as contas de quantas vezes precisou ajustar uma peça de roupa. “A gente acaba adaptando para vestir. Tira um fecho, coloca um zíper, insere um velcro ou no fim acaba cortando parte da roupa”, comenta.
Sem falar do sapato, uma das maiores dificuldades. “Só uso sapato infantil. Quem tem uma deficiência e precisa de um sapato menor, tem que se contentar com as estampas infantis porque não acha nada adequado. As vezes, manda fazer, mas nem sempre fica a mesma coisa. É preciso entender que também somos consumidores, queremos nos vestir bem e pagamos os mesmos impostos”, reclama.
Quem abraçou a ideia e confeccionou 12 peças que serão reveladas só no desfile deste sábado foram os alunos do curso de Moda da Uniderp. A coordenadora Carolina Debus explica que o desafio dos jovens estilistas foi criar roupas que facilitem as atividades no dia a dia. “A ideia é facilitar na hora de vestir, dar conforto, não incomodar e até ajudar o deficiente na hora de ir ao banheiro”, explica.
Entre os modelos, foram produzidas, por exemplos, peças para caldeirantes e deficientes visuais. “É um vestido com um zíper que facilita a retirada, uma jardineira com abertura entre as pernas para ajudar na colocação e também peças com detalhes em braile para que a o cego identifique a roupa com mais facilidade. Tudo é para dar a liberdade de escolher o que vestir e se sentir bem”.
Foram criadas duas saias, uma mais curta e outra longa, com a função de cobrir a prótese. Foram criadas duas saias, uma mais curta e outra longa, com a função de cobrir a prótese.
A moda inclusiva é feita em detalhes. A jardineira infantil tem a parte inferior ligada à parte de cima, com botões de pressão no cós. Então, ela pode ser usada apenas como saia. A modelagem em corte godê facilita vestir, pode ser colocada por cima, enquanto a criança está sentada na cadeira de rodas. "Usualmente, o mercado disponibiliza jardineiras com saias retas e inteiras, sem a opção de remoção da parte superior", detalha a coordenadora.
Outra peça foi criada para quem usa prótese. São duas saias, uma mais curta e outra longa, usada em cima da outra com a função de cobrir a prótese. "A saia longa tem medidas assimétricas para acompanhar a anatomia do corpo, mas isso não é perceptível. O conjunto garante versatilidade e suas peças podem ser usadas de maneira separada", explica. 
Já com o macacão, o desafio dos acadêmicos era produzir uma peça em que a modelo conseguisse vestir sozinho. Por isso, foi confeccionada peça sem mangas e ganhou um decote profundo nas costas. Na foto não dá pra ver, mas com o movimento do corpo, a modelo consegue tirar sozinha.
Macacão feito de maneira que ela conseguisse vestir sozinha.e suas peças podem ser usadas de maneira sMacacão feito de maneira que ela conseguisse vestir sozinha.e suas peças podem ser usadas de maneira s
O processo desde a teoria até a produção começou há seis meses, dentro da disciplina ergonomia e design. Os alunos tiveram contato com 12 modelos com deficiência, que pontuaram as necessidades.
“Na indústria da moda, se trabalha uma modelagem industrial com as opções que todo mundo já conhece e isso dificulta muito a acessibilidade. Então, é importante voltar a produção para esse público também. Em um dos encontros, os alunos tiveram contato com a realidade e o direito de se vestir bem. Teve modelo que chegou a contar que há anos não utilizava uma saia”, conta.
Depois da confecção, o grupo preparou um editorial lembrando o colorido marcante da pintora mexicana Frida Kahlo. As fotografias farão parte de um calendário para 2017.
Algumas fotos não foram divulgadas para fazer surpresa no 1º Concurso e Desfile de Moda Inclusiva, que acontece hoje no Shopping Bosque dos Ipês, às 19h30. Os projetos serão detalhados e avaliados por jurados da área da moda e envolvidos na defesa dos direitos femininos.
http://www.campograndenews.com.br/lado-b/consumo/estilistas-criam-colecao-especial-para-quem-tem-algum-tipo-de-deficiencia-fisica