sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Vôlei sentado masculino estreia com vitória folgada




http://www.cpb.org.br/londres2012/noticias/volei-sentado-masculino-estreia-com-vitoria-folgada/

O adversário nem de longe era um dos mais perigosos que a Seleção Brasileira masculina de vôlei sentado enfrentará na chave B dos Jogos Paralímpicos de Londres. Mas a tranquila vitória sobre Ruanda por 3 a 0 (25/5, 25/5 e 25/13), em 51 minutos, na tarde desta sexta-feira (31), representou mais do que uma boa estreia no torneio. Deu ao técnico Fernando Lajes certeza de que uma de suas principais tarefas ao assumir o comando da equipe, há um ano e meio, está no caminho certo.

”Desde que comecei a trabalhar com a equipe, exijo que se comportem como atletas de alto nível, pois embora nossa técnica esteja entre as melhores do mundo, ainda precisamos de mais experiência e tranquilidade. Estou vendo uma mudança de atitude que me agrada”, explicou Lajes, que é irmão do treinador tricampeão olímpico José Roberto Guimarães.

As peças precisarão estar no lugar para os dois próximos desafios da seleção. Na noite londrina deste sábado (às 17h de Brasília), a equipe mede forças com a Bósnia, medalha de prata na Paralimpíada de Pequim, há quatro anos. Na segunda-feira, será a vez do Irã, o atual campeão paralímpico. O Brasil nunca derrotou esses dois adversários.
”Estamos evoluindo no esporte, que tem apenas 10 anos no nosso país. Uma vitória por 3 a 0 sempre ajuda a dar confiança, mas precisaremos estar ainda melhores para os jogos com a Bósnia e o Irã. A gente veio aqui com a intenção de buscar uma medalha e seria excelente se ganhássemos um desses dois jogos”, disse Deivission.

Estreando na Paralimpíada, Ruanda carece da experiência técnica e tática para fazer frente às principais equipes do mundo. O Brasil, sexto colocado em Pequim, não encontrou dificuldades para se impor. Apenas no primeiro set, uma única passagem de Giba pelo saque deixou a seleção com 10 a 1 no placar, e a tranquilidade para administrar a diferença. A história se repetiu no segundo, quando o Brasil abriu 16 a 3 e fechou sem muitos problemas.

A vantagem no marcador levou Fernando Lajes a fazer várias substituições no terceiro set, para dar ritmo de jogo aos reservas, e Ruanda aproveitou paras crescer um pouco no jogo, chegando a estar perdendo por apenas um ponto. Os brasileiros recuperaram a concentração e voltaram a dominar os africanos com bloqueio e contra-ataques.
”Gostei de ver que os meninos tiveram paciência e não tentaram atacar toda e qualquer bola, preferindo passar e cuidar do posicionamento. No vôlei sentado, o jogo é muito mais ganho com bloqueio do que com cortada”, afirmou Fernando Lajes.

Quadro de Medalhas

Estudante de física e britânico recordista mundial desafiam hegemonia de Pistorius



Pistorius é um dos grandes destaques da Paraolímpiada por também ter competido nos Jogos Olímpicos

UOL

Favorito nas provas de velocidade do atletismo na Paraolimpíada de Londres, o sul-africano Oscar Pistorius encontrará dois fortes desafiantes na prova dos 100 m T44: o britânico Jonnie Peacock, detentor do atual recorde mundial na prova, e o americano Jerome Singleton. A disputa, cujas eliminatórias serão no dia 5 de setembro e a final será no dia 6, terá também brasileiro Alan Fonteles.
Mesmo tendo no currículo as atuais melhores marcas mundiais dos 200 m e dos 400 m T44, o antigo recorde mundial dos 100 m T44 e a experiência de uma Olimpíada - Pistorius se tornou neste ano o primeiro atleta biamputado da história a participar dos Jogos -, o velocista sabe das dificuldades da prova.
“Os 100m serão uma das provas mais difíceis, tem grandes competidores como o Jerome Singleton e o Alan. A diferença deve ser pequena. Eu ficarei feliz se conseguir ficar no Top 3. Será um grande desafio para mim”, ponderou.

‘Fenômeno’ fatura 1.º ouro do país

Marcio Rodrigues/ CPB / Faltam sete: Daniel Dias abriu a meta de oito ouros do CPB

Com recorde mundial nos 50 m livre, paulista Daniel Dias triunfa na primeira das oito provas que disputa em Londres
 
 
Gazeta do Povo
 
Daniel Dias se abaixa, joga um pouco da água da piscina no corpo, na boca e, literalmente sente o “gostinho” da prova que vai nadar. Pouco depois, vitória e medalha de ouro no peito. O ritual do brasileiro, realizado ontem na prova dos 50 m livre (classe S5), garantiu a primeira conquista dourada do país na Paralimpíada.
Todo esse passo a passo deve se repetir ainda muitas vezes em Londres e ajudar o nadador a se consolidar como uma estrela internacional. O status em âmbito nacional já está garantido. Não à toa, o paulista foi o porta-bandeira do país na cerimônia de abertura dos Jogos.
Destaques
W.O.


O primeiro pódio do Brasil, porém, foi nos tatames. Michele Ferreira (foto) conquistou o bronze na categoria até 52 kg. Ela precisou de apenas uma vitória para chegar à medalha. Perdeu para a russa Alesia Stepaniuk nas quartas de final, mas depois venceu Gulham Kilic, da Turquia, na repescagem. Na disputa pela medalha, ganhou por W.O. da francesa Sandrine Martinet.
Paranaenses
Apenas um representante do Paraná conseguiu vencer na estreia do tênis de mesa. Welder Knaf, medalhista de prata nas duplas em Pequim-2008, não teve dificuldades para bater o austríaco Manfred Dollmann por 3 sets a 0, parciais de 13/11, 11/3 e 11/5. Os outros quatro atletas do estado – Claudiomiro Segatto, Ezequiel Babes, Iliane Faust e Maria Luiza Passos – perderam e não conseguiram vencer nenhum set. Todos voltam a jogar hoje na rodada que vai definir os classificados para as quartas de final.
Coletivos
Nos esportes coletivos, duas vitórias e uma derrota do Brasil em Londres. No golball, jogado por atletas cegos, triunfos sobre a Finlândia, por 6 a 5, no masculino, e por 2 a 0 sobre a Dinamarca, entre as mulheres. Já no basquete em cadeira de rodas feminino, a equipe brasileira foi batida por 52 a 50 pela Austrália.
É da China
A China conquistou a primeira medalha de ouro da Paralimpíada. A cadeirante Cuiping Zhang, da classe R2, venceu a prova da carabina de ar 10 metros do tiro esportivo.
No entanto, os olhares de torcedores de outras nações cada vez mais se voltam para o representante do país.
Pouco antes do início dos Jogos, o presidente do Comitê Paralímpico Internacional, Philip Craven, apontou Dias com um dos candidatos a protagonista da competição. Ontem, com exceção dos dois atletas da casa na disputa, Dias foi o mais exaltado pela torcida britânica na apresentação dos competidores antes da final.
Como presente ao público, ele bateu o recorde mundial dos 50 m (32s05 superando o anterior de 32s27): “apenas” mais um na coleção de oito que ele possui.
“Começar com vitória como foi em Pequim [quando terminou com nove medalhas, sendo quatro ouros] é muito bom. Fenômeno é uma palavra forte, mas estou no caminho”, disse ao ser questionado sobre um possível apelido dentro das piscinas.
Um dos atletas batidos por Dias em sua primeira conquista foi Clodoaldo Silva, recordista brasileiro de ouros (seis) e no total de medalhas (13) em Paralimpíadas. Parece apenas questão de tempo para as marcas ganharem um novo dono.
“Fico feliz porque ele está conseguindo me superar. Hoje já é uma honra para mim nadar nas mesmas provas que ele”, disse Clodoaldo, que terminou em quinto lugar.
Para continuar subindo ao alto do pódio, o brasileiro precisará administrar bem a maratona que terá pela frente. Nos próximos nove dias, ele vai competir em sete provas.
“Os adversários estão melhores do que eu pensava. Vai ser difícil, cansativo, mas o programa está excelente. Vou ter dias para descansar”, defende ele que, mesmo com os pais e a noiva em Londres, promete evitar qualquer distração. “Só vou ver o restaurante da vila, o quarto e a piscina daqui para frente”, emenda.
Após Londres, Dias se encaminha para ter um currículo de respeito. Tudo com apenas 24 anos e mais duas ou até três Paralimpíadas para disputar na carreira. “Não pensei até onde posso chegar. Procuro me focar neste momento. Depois dos Jogos, eu paro para pensar”, diz.
Além de Daniel, outro nadador do país conseguiu medalha no primeiro dia oficial de competições dos Jogos. André Brasil foi prata nos 200 m medley, categoria SM 10. Esta é sexta medalha paralímpica da carreira dele.

*O jornalista viajou a convite do Comitê Paralímpico Brasileiro