segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Pressa para mudar o mundo

Manuel é meu amigo de última hora. Pai solteiro de um filho autista, arrochamos o abraço quando descobrimos pensamentos semelhantes sobre a prática da inclusão e sobre tantos melindres que alguns insistem em botar sobre o universo de crianças com deficiência, ainda encaradas por muitos como bibelôs, como problemáticos ou como bichinhos especiais.
As minhas conversas com o Manu, embora com conteúdos sérios, sempre descambaram para piadas e para risadas compridas depois de nossas observações de comportamentos bizarros diante das diferenças. Mas, para minha surpresa, uma carta escrita por ele dias atrás me fez chorar.
Pais que têm filhos vulneráveis se afligem diante da possibilidade do abandono ao léu de suas crias depois de sua partida. Eles têm pressa, tem urgência para mudar o mundo. Eles trabalham dia e noite em busca de uma estrutura de apoio viável para a tranquilidade futura de seus meninos e para ensiná-los, de alguma maneira, a rachar o ovo para descobrirem a gema.
Em um trecho do desabafo, Manu faz uma revelação tão profunda de sentimento em torno dessa situação que não pude me conter. Copiei para botar aqui neste espaço onde “serumano” ainda tem vez:
“Quando cuidamos de alguém que achamos ser mais frágil, dependente, geralmente cuidamos de estabelecer uma rede de proteção, aumentando a percepção do que consideramos família. Abrimos mão de pequenos orgulhos e convicções para estabelecer afetos com pessoas que podem nos ajudar”.
Imediatamente me lembrei de minha mãe me ensinando a dar bom-dia até para o gato velho e sujo do porteiro da escola. Lembrei-me dela sorrindo para desconhecidos, mesmo cansada ao extremo ao final do dia por ter empurrado minha cadeira de rodas por horas em ruas esburacadas da cidade pequena do interior. Mamãe estava tentando mudar o mundo e eu nem sabia.
Pensando no porvir de filhos com impedimentos físicos ou intelectuais severos, pais perdoam e tentam minimizar o bullying na escola porque precisam da escola, pais aceitam ver os filhos carregados nos braços por estranhos como opção a não vê-los ausentes do que têm vontade de viver e experimentar.
Pais evitam contratempos com vizinhos devido ao receio contínuo de precisar deles em um momento de pânico para acudir seu garotão tetraplégico preso no elevador. Pais de filhos com deficiência engolem sapo e o bodoque junto para conseguirem vaga na clínica pública de reabilitação, na primeira fila do avião e na sala do patrão para pedir perdão por não ter ficado para o serão.
Pouco se fala no Brasil -e menos ainda se constrói- a respeito de moradias apoiadas ou com assistência, onde um adulto com down, por exemplo, poderia viver de maneira plena, com auxílio de profissionais que garantissem seu bem-estar e sua autonomia, sem a necessidade de uma doação ininterrupta da família ou de favores.
Torço firme para que a angústia do Manu por querer dar um turbo na consciência social a fim de que esse mundo mais solidário, mais plural e mais acolhedor com as diferenças aconteça depressa seja, no fundo, sentimento de todos aqueles que entendam o direito de viver e de amar incondicionalmente
 


Vejam que bacana esse "minhocão", é feito com uma espuma que permite fazer vários posicionamentos com a criança, dá uma sensação de "acolhimento" e muito útil para as brincadeiras. A Ana Claudia Tempobono é quem faz, pode ser de 6 ou 9 metros, a TO do Lorenzo pediu uma de 9 metros para posicionar os brinquedos com o restante da minhoca. Eu amei.
DA PÁGINA https://www.facebook.com/priscila.dutra.3?fref=photo

Cientistas Descobrem Ponto Crítico Para o Contágio de Ideias @Crossroads...


Uso de ciclovias é ampliado para pessoas em cadeira de rodas

Decreto garante a circulação de bicicletas, cadeiras de rodas motorizadas ou não, patins, patinetes, skate, triciclos e bicicletas de carga.


                                                                                             Imagem Internet Ilustrativa
                             


Desde o dia 16 de dezembro, pessoas que utilizam cadeira de rodas podem circular pelas ciclovias e ciclofaixas da cidade de São Paulo. 

Por intermédio do decreto 55.790, publicado no Diário Oficial da Cidade, o uso das ciclovias foi ampliado. Agora, compartilham o espaço além das bicicletas, cadeiras de rodas motorizadas ou não, patins, patinetes, skate, triciclos e bicicletas de carga. 
O decreto tem como objetivo democratizar os espaços públicos, melhorar a mobilidade urbana, estimular a convivência e a inclusão.

A secretária municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida, Marianne Pinotti, lembrou que a ciclovia é uma nova opção para a locomoção da pessoa com deficiência, mas que ela não irá perder a calçada. “Os investimentos estão e serão feitos nas calçadas, além de melhorias no transporte coletivo de ônibus, o ganho das ciclofaixas é importantíssimo. É mais uma oportunidade para viver a cidade”, afirmou a secretária.

Paa o rapper e presidente do Movimento SuperAção, Billy Saga, trata-se de "um grande avanço para acessibilidade arquitetônica na cidade de São Paulo". Ele ressalta porém a necessidade de que as ciclovias estarem sempre em bom estado de conservação, livres de buraros e obstáculos, e que respeitem a norma de acessibilida 9050 da ABNT.

A cidade de São Paulo possui 204 quilômetros de ciclovias, sendo que 141 km foram implantados no governo Haddad. Por meio do projeto SP400km, a meta da Prefeitura é viabilizar uma malha de 400km de ciclovia até o fim de 2015.
Outras iniciativas para a mobilidade das pessoas com deficiência estão sendo adotadas na cidade por meio do Plano Municipal São Paulo Mais Inclusiva como a ampliação do serviço Atende com o uso de táxis acessíveis, além das vans, para transporte de pessoas impossibilitadas de usarem o sistema público convencional. Outra medida é a ampliação de 59% para 76% da frota de ônibus acessível na cidade, número que chegará a 100% nesta gestão.

DECRETO Nº 55.790, DE 15 DE DEZEMBRO DE 2014
Dispõe sobre a utilização de ciclovias, ciclofaixas e locais de tráfego compartilhado.

FERNANDO HADDAD, Prefeito do Município de São Paulo, no uso das atribuições que lhe são conferidas por lei, DECRETA:
Art. 1º Fica permitida nas ciclovias, ciclofaixas e locais de tráfego compartilhado:
I – a circulação de ciclos, incluindo bicicletas, bicicletas de carga, triciclos e quadriciclos, com ou sem reboques atrelados;
II – a utilização de patins, patinetes, skates e cadeiras de rodas.
§ 1º Incluem-se no disposto nos incisos I e II do “caput” deste artigo os veículos e equipamentos similares com propulsão elétrica não equiparados a ciclomotor, desde que desempenhem velocidades compatíveis com a via, a segurança e o conforto dos demais usuários.
§ 2º Os órgãos municipais de trânsito poderão restringir a circulação de veículos e equipamentos em vias e trechos específicos, desde que devidamente sinalizadas.
Art. 2º Este decreto entrará em vigor na data de sua publicação.

PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO, aos 15 de dezembro de 2014, 461º da fundação de São Paulo.
FERNANDO HADDAD, PREFEITO JILMAR AUGUSTINHO TATTO, Secretário Municipal de Transportes
FRANCISCO MACENA DA SILVA, Secretário do Governo Municipal
Publicado na Secretaria do Governo Municipal, em 15 de dezembro de 2014.



Fonte: www.prefeitura.sp.gov.br  -  Imagem Internet Ilustrativa