domingo, 8 de setembro de 2013

Acessibilidade: ACD na luta pelo fim dos tropeços e quedas

Presidente da associação aponta muitas coisas a melhorar. A começar pelos ônibus e semáforos para pedestres
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Desde o ano 2000, pela Lei nº 10.098, todas as vias, espaços públicos, edifícios, meios de transporte e de comunicação brasileiros devem ser acessíveis a todos os cidadãos. Mas não é isso que se vê.
Muitas das calçadas dos municípios da região, por exemplo, são convites para tropeços e quedas. Em muitos locais ainda nem existem. Em outros, são irregulares, dificultando ainda mais a passagem dos pedestres. Mais que isso, dificultando a locomoção de pessoas com deficiência.
O tema é debatido há anos pela Associação Canoinhense dos Deficientes (ACD), que sempre solicita à comunidade e ao poder público medidas que favoreçam a locomoção e a acessibilidade.
Para a presidente da Associação, Arlete Kwitschal Schroeder, as calçadas são precárias. Não há padronização em todas as ruas, como o rebaixamento para cadeirantes e piso tátil de alerta para deficientes visuais. “Ainda são raros os locais em que há adequação para acesso dos deficientes”, comenta.
Segundo Arlete, os deficientes visuais sofrem mais em locais com telefones públicos, lixeiras ou árvores nas calçadas. Como não tem alerta no piso, as pessoas estão mais propensas a bater nesses objetos. “Tem associado com marcas pelo corpo, por causa disso.” A presidente da ACD ainda avisa que as placas, colocadas por algumas lojas no meio da calçada, também prejudicam.
BARREIRAS
“Muitos nem saem de casa. Essa é a barreira deles.” Há quem não goste de pedir ajuda para subir escadas, atravessar a rua, guiar pelas calçadas. Mas há quem não se importe com isso.
Arlete é uma das pessoas que vivem na pele o problema da acessibilidade. Porém, ela não se incomoda em sair de casa. Não foi o derrame cerebral, que paralisou parte do corpo, que a impede de passear, visitar locais e se divertir. Ela admira os estabelecimentos que têm a sensibilidade de adequar banheiros, rampas, corrimões e preservar vagas em estacionamentos para deficientes. “É claro que, se a rampa for muito inclinada, não vai ajudar”, explica.
A presidente da associação também cita a Prefeitura e a rodoviária como bons exemplos. Como os dois prédios têm dois pisos, durante anos foram alvos de críticas por não possuírem ferramentas acessíveis. “Dias atrás pensei: ‘vou até a Prefeitura e preciso pedir ajuda para subir as escadas até a Secretaria de Saúde’. Depois eu lembrei que tem elevador. Na rodoviária também tem. Já usei muitas vezes”, conta, com certa alegria no olhar. Cada conquista, em qualquer local público, é vitória.
Arlete ainda aponta muitas coisas a melhorar, a começar pelos ônibus e semáforos. “Não temos ônibus para deficientes. Os funcionários são todos muito prestativos, mas tem gente que não gosta de depender dos outros. Já nos semáforos, faltam sinais para pedestres e respeito por parte dos motoristas. É preciso paciência”, desabafa.

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