domingo, 12 de dezembro de 2010

"Não basta criar um sistema de boas vontades, de bons relacionamentos e que preveja uma formação adequada(..)

Trouxe esse texto do blog http://gritodemudanca.blogspot.com/2010/12/1-aniversario.html,que
Retrata o seu pensamento sobre inclusão, onde todos nós também compartilhamos desse pensamento e indiginação .E veja ainda como nasceu esse blog ,como algo que nem damos conta começa a dar uma proporção em nossas vidas ,favorecendo a todos que visitam e começam a fazer parte desse processo,numa rede de informações ,buscas ,angustias divididas,enfim comprometimento ainda existe,SIM!!!Veja e leia:

1.º Aniversário

Foi em Dezembro de 2009 que este blogue surgiu...Começou com uma noite mal dormida e transformou-se num desafio, num projecto de vida...
Vivemos em tempos de mudança. Mudanças de paradigma, mudanças de mentalidades, mudanças de comportamentos e atitudes. Resumindo, vivemos uma época em que a sociedade muda ao ritmo da evolução das novas tecnologias.
É necessário inovar práticas educativas, de modo a que se promova, realmente, uma educação diferenciada que aceite diferenças e apoie as aprendizagens independentemente das suas condições físicas, sociais, étnicas, religiosas e linguísticas.
Mas, fazendo referência a Correia (1999 p. 41):
"Não basta criar um sistema de boas vontades, de bons relacionamentos e que preveja uma formação adequada, requer como indispensável o apadrinhamento de toda a política social e o assumir das responsabilidades estatais para a implementação de um sistema inclusivo".
É essencial que a escola evolua para estruturas flexíveis, dinâmicas, diversificadas e compensadoras.
As necessidades educativas especiais fazem parte da escola de todos... de todos nós e assim, as respostas que encontramos para alguns, podem beneficiar todos.
Este grito de mudança vai continuar a fazer-se ouvir...Agradeço a todos os seguidores, visitantes e amigos que me têm acompanhado...Espero que este "grito de mudança" continue a crescer e se faça ouvir um pouco por todo o lado...

sábado, 11 de dezembro de 2010

A voz do Complexo do Alemão

Uma idéia simples e muita boa vontade pode acabar mudando sua vida, neste caso, vem ajudando a mudar a vida de uma comunidade inteira.

No sábado de hoje Luciano Huck SUPEROU-SE,transmitindo a iniciativa René Silva, um menino de 17 anos, morador do complexo do Alemão, no Rio de Janeiro.O sonho de tornar-se jornalista fez realidade.

Aos 11 anos, uma professora sugeriu para um trabalho escolar que René e sua turma montassem uma espécie de jornal. O menino tomou gosto pela coisa e resolveu ir além, resolveu buscar apoio junto aos comerciantes locais para montar um jornal para circular em sua comunidade. Nascia aí o “Voz da comunidade”.
Olha ai ,iniciativas assim deveriam ser constantes na educação !!!

René e sua turma promovem noticias, campanhas, arrecadam cestas básicas , buscam formas de ajudar os moradores do local, seja arrecadando brinquedos no natal ou simplesmente providenciando o fechamento de um buraco na rua através de uma nota no jornal.

Durante as últimas semanas o jornal acabou ganhando destaque em todo o país, através da cobertura de todos os eventos no Alemão sob uma ótica única: a de quem acompanha sua realidade mudar.

Luciano Huck e José Junior, do AfroReggae foram até lá para ver de perto a rotina desse jovem empreendedor e saber como funciona o jornal e ver de perto como está a vida da comunidade após as incursões da polícia.

Transformações sutis,positivas,podem talvez não mudar o quadro de uma realidade que historicamente merece o tempo e a cultura de uma sociedade querer mudar.Algo por aqui me diz:

"Palavras,apenas palavras,mas ações são verbos !É um mover para a estaginação.Parabéns guerreiros da paz!

Clique no link , assista os videos,mobilize essa idéia.

Seis municípios estabelecem metas a serem cumpridas até o final de 2010

Joinville é um dos seis municípios brasileiros a participar de projeto para melhoria da acessibilidade


Joinville lançará, no próximo dia 15/12, o Projeto “Cidade Acessível é Direitos Humanos”. O evento acontecerá no Auditório da Sociesc Marquês de Olinda, a partir das 19 horas. Toda a comunidade e interessados estão convidados.

Para o evento em Joinville, a presença e uma palestra da sub-secretária Nacional de Promoção dos Direitos Humanos da Pessoa com Deficiência, Dra. Izabel Maria Madeira de Loureiro Maior, estão confirmadas. Além dela, o Comitê Cidade Acessível é Direitos Humanos de Joinville apresentará o plano de ações previstas para transformar a cidade num modelo de acessibilidade; e o arquiteto Mario Cezar da Silveira ministrará a palestra “A Cidade que Queremos”. O público será agraciado com a apresentação do Coral de Libras e do Coral de idosos da UDESC. Ao final do evento, os presentes assinarão o Compromisso Público que destaca 2011 como o Ano da Acessibilidade em Joinville.

Delineado pela Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos Humanos da Pessoa com Deficiência, serviço ligado à Presidência da República, o Projeto “Cidade Acessível é Direitos Humanos” escolheu seis municípios brasileiros, para participar deste desafiador projeto. São eles: Joinville (SC), único na região sul; Campinas (SP), Fortaleza (CE), Goiânia (GO), Rio de Janeiro (RJ) e Uberlândia (RJ).

O prefeito Carlito Merss encara este trabalho como uma inovação em políticas públicas. Ele destaca que, além do Poder Público, o envolvimento da classe empresarial, entidades e comunidade é fundamental para que o projeto se efetive e a acessibilidade seja um compromisso de todos. “Inicialmente, somos apenas seis cidades desafiadas, mas em breve todo o Brasil participará deste exercício da cidadania”, valoriza o prefeito Carlito.

Histórico do projeto

O objetivo da iniciativa é divulgar, incentivar e dar visibilidade às ações de acessibilidade das cidades participantes do projeto que possam ser desenvolvidas em outros municípios. O Compromisso servirá como agente multiplicador de incentivo à gestão municipal que, em parceria com o governo federal, implementa as políticas públicas de inserção social, com qualidade de vida e bem-estar das pessoas com deficiência no país.

Desde abril de 2010, foi feito contato com os municípios para verificar o interesse e a disponibilidade política e de atuação em participar do projeto – todas as cidades contatadas aderiram espontaneamente ao Projeto, sem restrições ou exigências.

Como critérios de avaliação dos municípios, foram elencados marco legal, acessibilidade e eliminação de barreiras, acesso à Saúde e à reabilitação, acesso à educação especial na perspectiva da educação inclusiva, transporte público urbano acessível, habitação de interesse social acessível, trabalho e emprego, turismo, esporte, cultura e lazer, sendo aplicados questionários para todas as 6 cidades. Em seguida ao questionário, foi feita uma visita técnica aos municípios e reuniões com autoridades e sociedade civil
Fonte: Promotorias de Justiça de Joinville

Publicado BLOG Turismo ADPATADO

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Flagrantes de desrespeito a deficientes físicos em todo o país

Locais públicos e privados descumprem lei que determina rampas de acesso e elevadores que permita ao deficiente acesso a todos os lugares.
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Por lei, há dez anos, prédios públicos devem ter rampas, elevadores e vagas nos estacionamentos, tudo deve estar interligado. Em 2004 a lei chegou aos prédios privados. Bancos, shoppings e a construção de acessos em caso de reformas e edifícios novos.


CLICA NO TITULO

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Pela realização de uma Conferência Nacional sobre Liberdade Religiosa

Diversidade Religiosa
"Podemos facilmente perdoar uma criança que tem medo do escuro; a real tragédia da vida é quando os homens têm medo da luz." Platão



Paz Intolerância Religiosa Religião Política Cultura Comunicação Direitos Humanos Meio Ambiente Fórum SocialO Globo - Comissária de Direitos da ONU critica pressão sobre WikiLeaks
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Pela realização de uma Conferência Nacional sobre Liberdade Religiosa


Diversidade Religiosa
"Podemos facilmente perdoar uma criança que tem medo do escuro; a real tragédia da vida é quando os homens têm medo da luz." Platão



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9 de dezembro de 2010"Twittaço" comemora o Dia dos Direitos Humanos - 10 de dezembro
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Mais informações:



Programa Interagencial de Promoção da Igualdade de Gênero, Raça e Etnia
site: www.generoracaetnia.org.br
email: interagencial.gre@unifem.org

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

São Paulo ajuda a mudar a vida de fã de 13 anos

Por causa de uma meningite aos 2 anos, Carlos teve amputada parte das duas pernas. Este ano, a prótese que usava ficou pequena e a família não teve dinheiro pra colocar outra. A história sensibilizou o goleiro do time, que ajudou o menino a ganhar novas próteses.
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Um adolescente de 13 anos que adora futebol teve a vida completamente mudada exatamente por causa dessa paixão pelo esporte, e com a ajuda de alguns ídolos.

Carlos é fã e amigo do ídolo. "Como você está, tranquilo?"

O menino de 13 anos conheceu Rogério Ceni em Fortaleza, no jogo do São Paulo contra o Ceará no fim de outubro. Brincaram juntos.

Por causa de uma meningite aos 2 anos, Carlos teve amputada parte das duas pernas. Este ano, a prótese que usava ficou pequena e a família não teve dinheiro pra colocar outra.

O clube do coração se sensibilizou com a história do menino e o trouxe pra São Paulo, onde fica o Lar Escola São Francisco, especializado na reabilitação de deficientes físicos. Na semana passada, ele recebeu uma nova prótese.

“Feliz de poder voltar a andar”, conta o menino.

“Essa prótese é uma prótese pra andar, no plano, subir escada, subir rampa, descer rampa. E até eventualmente brincar”, explica a médica Rosane Schamlian.

Carlos teve que reaprender a andar. E dois dias depois voltou a fazer o que mais gosta.

O reencontro de Carlos e Rogério Ceni aconteceu no Morumbi em dia de jogo, e foi exatamente desse jeito que os dois imaginavam.

No domingo, Carlos chegou ao vestiário andando e logo recebeu o carinho do goleiro: “Como você está? Melhor assim ou não?”, pergunta o goleiro.

Carlos conheceu vestiário, os jogadores do São Paulo. O fã virou exemplo pro ídolo: “Aqui a gente tem um grande exemplo de sonho, de vida, de perseverança”, fala Rogério Ceni para os colegas de time.

Os amigos entraram juntos em campo, o São Paulo goleou o Atlético Mineiro e Carlos ganhou uma lembrança pra vida inteira: “Vai estar sempre no meu coração”, diz o menino.


(Clica no titulo)

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Curitiba tem primeiro campo de golfe adaptado do Brasil

O equipamento será usado por escolas que atendem pessoas com deficiência e moradores da região da Vila das Torres

O primeiro campo municipal de golfe adaptado do Brasil foi inaugurado pela Prefeitura de Curitiba. O novo equipamento foi construído em parceria com a Federação Paranaense e Catarinense de Golfe, na praça Plínio Tourinho, no Rebouças, e será usado por escolas que atendem pessoas com deficiência e moradores da região da Vila das Torres.

Segundo o secretário municipal do Esporte e Lazer, Rudimar Fedrigo, o equipamento vai permitir a popularização do golfe e a ampliação da oferta de modalidades esportivas para pessoas com deficiência em Curitiba. A Federação investiu R$ 20 mil na compra de grama sintética, além de ceder tacos e bolas de golfe para a prática esportiva. A partida inaugural aconteceu na sexta-feira (12) durante os Jogos Especiais, que reúnem mais de 900 atletas com deficiência. Nove escolas disputaram partidas, nas categorias masculina e feminina.

O golfe e o golfe adaptado passaram a ser esportes olímpicos e farão parte do Panamericano de 2014 e das Olímpiadas de 2016. Para uma das coordenadoras dos Jogos Especiais, Márcia Walter, este tipo de modalidade esportiva ajuda no desenvolvimento físico e psicológico de atletas com deficiência. O professor de Educação Física da Escola Pequeno Cotolengo, Filipe Fernandes, explica que o esporte promove a melhoria da coordenação física e concentração dos atletas.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Leiam resenha do filme De Porta em porta de Camila de Sousa Pereira!Vale a pena!

Vendedor com Paralisia Cerebral bem-sucedido:

Resenha do filme: Macy, W.H. (Roteirista) & Schachter, S. (Roteirista / Diretor). (2002). De porta em porta [Filme]. Estados Unidos: Warner
Home Vídeo. Apoio: FAPESP. Os autores agradecem a Bárbara Carvalho Ferreira pela leitura e sugestões no preparo deste ensaio
.

2 Endereço para correspondência: Universidade Federal de São Carlos, Departamento de Psicologia, Laboratótorio de Interação Social
(LIS), Rodovia Washington Luís, Km 235, Caixa Postal 676, 13565-905, São Carlos, SP. E-mail: cspereira@iris.ufscar.br
Camila de Sousa Pereira2
Almir Del Prette
Universidade Federal de São Carlos, São Carlos
Tendo em vista a importância das habilidades
sociais para o desempenho profissional e a inclusão
de pessoas com necessidades educacionais
especiais no mercado de trabalho, diferentes
recursos pedagógicos podem ser utilizados nesse
processo de ensino-aprendizagem. Um desses
recursos é a análise e reflexão de filmes. Existem
no mercado comercial, filmes com excelente potencial
educativo, com diferentes possibilidades
de aplicação tanto no ensino formal como no
informal. Este ensaio analisa o filme De Porta em
Porta, abordando-o em cinco tópicos: (1) Procedimento
de análise; (2) Ficha técnica; (3) Resumo
do filme; (4) Habilidades sociais na atividade de
vendas; (5) Cenas ilustrativas das habilidades
sociais de Bill Porter; (6) Concluindo.
Procedimento de análise
Para o desenvolvimento deste trabalho, as
seguintes etapas foram percorridas: (1) Assistir
ao filme, anotando suas características e o nome
dos personagens; (2) Rever o filme, identificando
e registrando em uma folha de caderno, à
esquerda as cenas com as diferentes situações e
personagens e à direita os desempenhos de cada
um; (3) Descrever as situações e as respectivas
demandas; (4) Selecionar, entre as cenas registradas,
as situações e inferir as habilidades sociais
do personagem principal (Bill Porter); (5) Identificar
as competências do vendedor de porta em
porta, consultando a Classificação Brasileira de
Ocupações (CBO).
Os procedimentos (1) e (2) obtiveram como
produto a ficha técnica, o resumo do filme, as
situações e os interlocutores (papel, características
e desempenhos dos personagens). Os
procedimentos (3) e (4) possibilitaram elencar
treze situações complexas de demandas de
diferentes habilidades sociais. Essas situações
foram denominadas de: entrevista de emprego,
atuação profissional, relacionamento familiar e
vida pessoal. Os papéis identificados foram: mãe,
entrevistador, clientes, auxiliar e colegas. Com o
objetivo de analisar algumas habilidades sociais
de Bill Porter, foram selecionadas duas situações:
entrevista de emprego e atuação profissional. As
habilidades sociais identificadas nessas situações
representam um consenso entre dois avaliadores
externos, especialistas na área.
Ficha técnica
O filme foi originalmente lançado nos Estados
Unidos e no Canadá, no ano de 2002,
com o título Door to Door. Em português, foi
Revista Brasileira de Orientação Profissional, 2007, 8 (2), pp. 87-91
88 Camila de Sousa Pereira, Almir Del Prette
traduzido por De Porta em Porta. Quanto ao gênero,
foi classificado como drama. O roteiro foi
compartilhado entre William H. Macy e Steven
Schachter, sendo o segundo também responsável
pela direção. O elenco principal contou no papel
do vendedor Bill Porter, William H. Macy, que
curiosamente participou do roteiro; como mãe de
Bill, a atriz Helen Mirren; a auxiliar e amiga do
vendedor, Shelly Brady, foi interpretada por Kyra
Sedgwick; Kathy Baker atuou como a cliente
Gladys Sullivan, que cultivava certo carinho por
Bill, além de comprar muitos de seus produtos. O
filme tem duração de 91 minutos e é encontrado
nas locadoras nas versões VHS e DVD.
Resumo do filme
O filme é baseado na história verdadeira de
Bill Porter, que nasceu com Paralisia Cerebral
(PC), tendo como conseqüências sérios comprometimentos
de desenvolvimento, principalmente
na fala, expressão facial, na gestualidade e na
locomoção. O início da filmagem ocorre com
Bill, já adulto, se preparando para uma entrevista
de emprego de vendedor de porta em porta.
Após convencer o gerente da empresa a lhe dar
uma oportunidade, Bill se esforçou para mostrar,
então, que tinha capacidade de exercer essa atividade.
Tanto na entrevista de seleção para a vaga
de vendedor quanto nos primeiros contatos com
seus clientes, ele vivenciou várias situações de
dificuldade, incluindo preconceito e rejeição. Aos
poucos, Bill começa a conquistar seus clientes,
tornando-se um vendedor muito eficiente em sua
área de atuação. Na parte final do filme, o personagem
vive a fase de transição desse estilo de
comércio (venda em domicílio) para o de venda
por telefone. Bill Porter exerceu sua profissão por
mais de 40 anos, tendo o seu trabalho reconhecido,
culminando com o recebimento, em 1989,
do título de vendedor do ano.
Habilidades sociais na atividade de vendas
O trabalho de Bill Porter é intitulado pela
Classificação Brasileira de Ocupações (CBO)
como vendedor em domicílio. Concordante em
grande parte com as tarefas de Bill, observadas no
filme, nas atividades dessa ocupação, encontra-se
que esse trabalhador deve: (a) planejar vendas;
(b) visitar consumidor; (c) levantar o perfil do
consumidor; (d) fechar contratos de venda; (e)
acompanhar o uso dos produtos pelos clientes;
(f) relacionar-se com setores da empresa; (g)
participar de eventos da empresa e da comunidade
(http://www.mtecbo.gov.br). A CBO ainda relaciona
algumas competências pessoais necessárias
nessa ocupação: (a) manter boa apresentação
pessoal; (b) demonstrar conhecimento do produto;
(c) possuir boa dicção; (d) demonstrar empatia;
(e) agir com ética; (f) ter controle emocional; (g)
organizar-se; (h) ser responsável; (i) demonstrar
persuasão; (j) comunicar-se; (k) motivar-se
(http://www.mtecbo.gov.br).
Percebem-se em ambas as descrições dessa
ocupação, que as relações interpessoais permeiam
a qualidade de sua execução. Por ocorrer (e dela
depender), fundamentalmente na relação entre as
pessoas, o domínio de competências técnicas e
pessoais, por parte do vendedor, possibilita maior
interação com os clientes, favorecendo a criação
de um vínculo de confiança e, por conseqüência,
oferecendo maiores possibilidades de fechamento
de vendas. Com o cliente sentindo-se satisfeito
com o tratamento dado pelo vendedor, aumenta
a probabilidade de mantê-lo consumindo seus
produtos. Além dos ganhos diretamente associado
com a díade vendedor-cliente, alguns estudos
têm mostrado que a capacidade do trabalhador
em lidar com as demais pessoas inseridas nas
relações profissionais proporciona bem-estar no
trabalho e clima organizacional mais estimulante
e produtivo (Argyle, 1967/1994; Limongi-França
& Arellano, 2002; Pereira, Del Prette & Del
Prette, 2004; Witt & Ferris, 2003; Wright &
Cropanzano, 2000).
As competências pessoais listadas pela CBO,
comunicação, empatia, autocontrole, são exemplos
de algumas habilidades sociais requeridas no
exercício da profissão do vendedor em domicílio
e também de outras modalidades. O termo habilidades
sociais pode ser compreendido como uma
descrição de classes e subclasses de desempenhos
sociais presentes no repertório comportamental
Revista Brasileira de Orientação Profissional, 2007, 8 (2), pp. 87-91
Ensaio – Vendedor com Paralisia Cerebral bem sucedido: Análise de um Filme na Perspectiva das Habilidades Sociais 89
de um indivíduo para atender satisfatoriamente as
demandas interpessoais (Del Prette & Del Prette,
2005a). A análise das habilidades sociais de um
indivíduo leva em consideração sua dimensão
pessoal, os interlocutores, os objetivos e as exigências
de uma determinada situação e cultura
(Del Prette & Del Prette, 2001).
Cenas ilustrativas das habilidades sociais de
Bill Porter
Na vida social, constantemente, as pessoas
se deparam com ocasiões em que desempenhos
interpessoais específicos lhes são exigidos. A
expectativa por determinados desempenhos é
conhecida como demanda da situação (Del Prette
& Del Prette, 2001). Diante das situações, o
primeiro passo é a identificação da demanda e,
posteriormente, a emissão ou não do desempenho
requerido. Para isso, conforme Del Prette e Del
Prette (2001, p. 47) são importantes: “(a) atenção
aos sinais sociais do ambiente; (b) controle da
emoção nas situações de maior complexidade;
(c) controle da impulsividade para responder de
imediato; (d) análise da relação entre os desempenhos
e as conseqüências”.
Durante o filme, em diferentes contextos, podem
ser identificadas demandas para emissão de
comportamentos socialmente habilidosos. Logo
no início, há uma cena em que Bill Porter está
sendo entrevistado pelo gerente de vendas para
possível preenchimento da vaga de vendedor. O
gerente expõe ao candidato as dificuldades que
ele teria, devido às suas limitações físicas, para
desempenhar as atividades relacionadas à função.
A reação de Bill, em um primeiro momento, é de
conformismo e aceitação. Mas ao sair da empresa
e se deparar com a mãe, ele retorna e tenta convencer
o gerente a contratá-lo. Bill entra na sala,
chama o gerente pelo nome e sugere que ele lhe
dê a sua pior área, aquela que ninguém gostava
de trabalhar. Argumenta ainda que este, o gerente,
nada teria a perder com essa experiência e que,
caso desse certo, ele teria o mérito pela tentativa.
Diante da argumentação e da firmeza demonstrada,
o gerente concorda, embora a contragosto, a
realizar a experiência.
Na situação de entrevista de emprego, Sarriera,
Câmara e Berlim (2006) ressaltam a importância
das habilidades sociais de cumprimentar,
apresentar-se, falar de si mesmo, expressar-se
com objetividade e fluência, uma vez que, dentre
os vários requisitos, o desempenho social no momento
da entrevista pode ser fator determinante
para a tomada de decisão do entrevistador. Pensando
no desempenho de Bill Porter na entrevista
de seleção, embora ele tenha se apresentado de
maneira adequada, tanto no aspecto de vestimenta,
como de bons modos, a priori, sua passividade
diante da opinião do gerente, quase o fez perder a
oportunidade de conquistar o emprego. Contudo,
ele conseguiu analisar e alterar o seu desempenho
para novamente enfrentar a situação.
Grande parte de seu desempenho na segunda
parte da entrevista teoricamente recebe a denominação
de assertividade. A assertividade é definida
por Del Prette e Del Prette (2001) como uma das
classes de habilidades sociais, na qual o indivíduo
tem a capacidade de expressar suas opiniões, suas
crenças e seus sentimentos de maneira sincera e
adequada, defendendo seus direitos sem transgredir
os direitos das outras pessoas. Dentre os
comportamentos assertivos observados nesta
seqüência de filmagem podem ser destacados:
manifestar opinião, discordar do interlocutor,
expressar sentimentos, pedir mudança de comportamento.
Esses comportamentos, juntamente com
os componentes não-verbais e paralingüísticos,
como contato visual, gestualidade, movimentos
corporais compatíveis com a situação e tom de
voz convincente, podem ser considerados importantes
para Bill obter do gerente oportunidade de
trabalho.
Na profissão de Bill Porter, percebe-se que a
venda pode se configurar de diferentes formas. Há
a atividade de vendas por meio do telemarketing
ativo ou receptivo, mais difundida hoje, inclusive
no Brasil, assim como há o vendedor de uma loja
que aguarda a chegada do cliente. Não obstante
as diferentes modalidades de vendas, Argyle
(1967/1994) parece bastante atual na identificação
da seqüência para tal tarefa: (1) Identificação do
perfil do cliente; (2) Estabelecimento do contato;
Revista Brasileira de Orientação Profissional, 2007, 8 (2), pp. 87-91
90 Camila de Sousa Pereira, Almir Del Prette
(3) Identificação de necessidades; (4) Apresentação
dos produtos; (5) Fornecimento de informações
e conselhos; (6) Fechamento da venda; (7)
Pós-venda (prestar esclarecimentos adicionais
etc.). Todavia, Argyle (1967/1994) alerta que o
vendedor deve estar atento ao perfil do cliente
para ter a flexibilidade de interagir de acordo com
o estilo do mesmo.
Considerando a atividade e o desempenho
profissional de Bill, observa-se que ele realizava
de maneira competente todas as etapas descritas
por Argyle (1967/1994). Como suas vendas ocorriam
em domicílio, Bill precisava do primeiro
contato para saber como lidar com os clientes.
Mesmo com os mais difíceis, ele procurava uma
alternativa para manter a interação, era insistente,
porém sem ser abusivo. Para estabelecer o contato,
ele sempre se apresentava de modo cordial,
dizendo seu nome e para quem trabalhava. Nesse
desempenho, Bill Porter utilizava as habilidades
sociais de civilidade que, segundo Del Prette e
Del Prette (2001, p. 72) “são os desempenhos que,
juntamente com algumas habilidades de comunicação,
expressam cortesia e incluem, entre outras,
as habilidades de apresentar-se, cumprimentar,
despedir-se e agradecer”.
Na conversação, o modo de iniciá-la, mantêla
e encerrá-la pode ser classificado como uma das
subclasses de habilidades sociais de comunicação
(Del Prette & Del Prette, 2001). Para compreender
esse processo na abordagem de Bill, após cumprimentar
e se apresentar aos seus clientes, ele
falava sobre os produtos, utilizando expressões
como “Posso ser sincero?” para revelar a melhor
oferta do catálogo ou o produto mais coerente
com o perfil da pessoa. Como Bill conhecia bem
aquilo que vendia, enfatizava com segurança as
qualidades e as vantagens do produto que estava
oferecendo. Depois de esgotadas as informações,
fazia perguntas direcionadas ao fechamento da
venda como “Quantos posso encomendar?”.
Bill mantinha bom relacionamento com os
clientes, ora para fazer a entrega das encomendas
e acompanhar o seu uso, ora para ofertar algum
brinde da companhia, ora para apresentar algum
novo produto do catálogo. Trabalhar durante muito
tempo na mesma área favorecia a observação dos
seus clientes, permitindo-lhe satisfazer as suas
necessidades de consumo dos produtos que vendia,
além de poder estabelecer um vínculo de amizade
com os moradores. Nas habilidades de fazer amizades,
Del Prette e Del Prette (2005b) incluem:
fazer perguntas pessoais, revelar-se, aproveitar as
informações livres oferecidas pelo interlocutor,
sugerir atividades, fazer elogio, agradecer elogios
recebidos, oferecer ajuda, cumprimentar, enturmarse.
A análise dos comportamentos do personagem
principal mostra que com exceção da habilidade
revelar-se, Bill apresentava todas as demais na
interação com os clientes.
Assim, De Porta em Porta revela ao espectador
uma pessoa com necessidades educacionais
especiais que, apesar de possuir limitações em domínios
tão essenciais na atividade de vendas, como
é o caso da fala e da aparência física, consegue ser
bem-sucedido, obtendo o prêmio de vendedor do
ano. Em muitas situações, as habilidades sociais
de Bill Porter associadas com a sua competência
técnica, requerida no exercício dessa ocupação,
contribuíram para o seu sucesso profissional.
Concluindo
Mesmo diante dos progressos e do respaldo
legal para a garantia dos direitos de igualdade e
oportunidade, os indivíduos com necessidades
especiais continuam lutando por seu espaço na
sociedade e nas organizações. Nesse esforço,
a legislação conta a favor, mas nem sempre é
condição suficiente para a inclusão ou para a
interação igualitária entre as pessoas (Anache,
1996; Dalferth, Schnappauf & Sommerer, 1995;
Tanaka & Manzini, 2005). O que pode diferir nas
conquistas é a capacidade de enfrentamento nas
mais diversas situações. É, igualmente, a capacidade
de tomar decisões pelo modo mais desejável
de se comportar nas relações interpessoais.
Embora este tipo de aprendizagem possa
ocorrer na exposição do indivíduo aos diferentes
papéis e contextos de vida, defende-se aqui a sistematização
do ensino de habilidades sociais no
currículo de instituições educacionais e profissionalizantes,
bem como a utilização de recursos de
Revista Brasileira de Orientação Profissional, 2007, 8 (2), pp. 87-91
Ensaio – Vendedor com Paralisia Cerebral bem sucedido: Análise de um Filme na Perspectiva das Habilidades Sociais 91
ensino-aprendizagem criativos e eficazes como,
por exemplo, por meio de análise e reflexão de
filmes. Estimular o aprendizado e o aprimoramento
dessas habilidades favorece o desenvolvimento
social, a formação profissional e a inclusão das
pessoas e, particularmente, aquelas com necessidades
especiais no mercado de trabalho.
Com este ensaio, é possível concluir que a
análise do filme De Porta em Porta revelou-se
uma estratégia promissora para a identificação de
habilidades sociais, além de oferecer a observação
de modelos de comportamentos socialmente
habilidosos na entrevista de emprego e na atuação
profissional.
REFE RÊNC IAS
Anache, A. A. (1996). O deficiente e o mercado de trabalho: Concessão ou conquista? Revista Brasileira de
Educação Especial, 2(4), 11 9-126.
Argyle, M. (1994). Psicologia del comportamiento interpersonal. Madrid: Alianza. (Original publicado em
1967).
Dalferth, M., Schnappauf, K., & Sommerer, L. (1995). Vocational integration of physically handicapped persons:
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Del Prette, A., & Del Prette, Z. A. P. (2001). Psicologia das relações interpessoais: Vivências para o trabalho
em grupo. Petrópolis, RJ: Vozes.
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Del Prette, Z. A. P., & Del Prette, A. (2005b). Psicologia das habilidades sociais na infância: Teoria e
prática. Petrópolis, RJ: Vozes.
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deficiência? Revista Brasileira de Educação Especial, 11(2), 273-294.
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Recebido: 31/5/07
1ª Revisão: 28/9/07
Aceite final: 20/11/07
Sobre os autores
Camila de Sousa Pereira é psicóloga, doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação em Educação
Especial da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e Integrante do Grupo de Pesquisa Relações
Interpessoais e Habilidades Sociais (RIHS) do Laboratório de Interação Social da UFSCar.
Almir Del Prette é Professor Titular do Departamento de Psicologia e do Programa de Pós-Graduação
em Educação Especial da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Coordenador do
Grupo de Pesquisa Relações Interpessoais e Habilidades Sociais (RIHS) do Laboratório de Interação
Social da UFSCar.