quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Limites da surdez são superados com apoio da família, saúde e educação


Umuarama - Mesmo com o avanço nos estudos da medicina, muitos diagnósticos de surdez ainda não têm cura e a falta do sentido da audição, em alguns casos, se transforma em obstáculo para o desenvolvimento das crianças e exclusão nos casos dos idosos. Hoje, no Dia Nacional do Surdo, especialistas entrevistados pelo Ilustrado revelam que a família é o ponto de partida para a superação dessa deficiência.
Da gestação até o nascimento de uma criança, o período de nove meses pode se transformar em acumulo de projeções no pequeno ser humano, que irá nascer. Essa angústia de valores, promovida pelos pais, é capaz de gerar uma negação quando o filho nasce com alguma deficiência. De acordo com a diretora da Assumu, Áurea de Fátima Cassiano Gato, e a fonoaudióloga, Aline Chiuli, é nesse momento que a família deve procurar um especialista visando promover o desenvolvimento cognitivo e físico dessa criança.
“Quando uma criança nasce com algum tipo de deficiência, em certos casos, os pais entram em um período de depressão dificultando o apoio que essa criança deve receber. Os pais devem ficar atentos a qualquer sinal de alerta. Se uma criança apresenta atraso ou erros na aquisição da linguagem, isto pode indicar que alguma coisa está errada, pois é escutando que se aprende a falar”, ressaltou Áurea.
Mãe de Ana Lívia de Freitas Stecca, de três anos, a professora Adma de Freitas Stecca conta as dificuldades de quando descobriu que sua filha era surda. “A primeira reação foi de chorar. O maior medo que tinha era de não conseguir dar para minha filha o que fosse necessário para ter uma vida como a de todos. Sempre trabalhei com educação infantil, então para mim foi mais fácil, porém para o meu esposo foi difícil de aceitar. Quando descobri corri para ver se conseguia reverter e se não conseguisse tinha que achar caminhos para dar o que ela precisava”, disse.
Segundo Adma, a desconfiança apareceu quando sua filha tinha seis meses. Ana Lívia foi levada ao médico, mas o primeiro exame não acusou surdez. O exame deveria ser refeito em seis meses, porém a criança não deixava os médicos fazerem a analise. Preocupados, os pais levaram a filha para grandes centros no Paraná e São Paulo, até conseguirem fazer o exame com a menina sedada, quando saiu o diagnóstico de surdes severa. “O diagnóstico realmente saiu quando ela tinha dois anos. Fez exames em Maringá, São Paulo e tivemos que apelar para ajuda financeira de amigos, familiares e combustível da prefeitura”.
“A gente espera para o filho uma coisa e quando vem outra é uma situação inesperada. Olho para ela e vejo que precisa muito mais de mim do que eu imaginava. Então, por meio da fonoaudióloga Aline, decidimos trazer a Ana para Assumu, pois ela precisa da linguagem, ser acompanhada por especialista para conseguir desenvolver e interagir com a sociedade”, finalizou.


Assumu
Fundada em 1974, a Associação de Assistência aos Surdos de Umuarama (Assumu) é a única instituição especializada em Umuarama e região para dar suporte educacional e médico aos surdos. Com profissionais qualificados e especializados a associação também é mantenedora da Escola de Educação Bilíngue Anne Sullivan.
Segundo a diretora, Áurea de Fátima Cassiano Gato, a instituição é direcionada a escolarização e reabilitação de deficiente auditivo, como também oferece exames auditivos para a comunidade. “Se conhecer alguém com suspeita de algum tipo de perda auditiva, principalmente crianças e adolescente, procure orientação na Assumo, pois contamos com profissionais especializados. Não espere, não demore, pois o tratamento precoce é primordial para o desenvolvimento da criança”, lembrou.

Sinais de alerta para os pais:
• Recém nascido não reage a certos ruídos: bater da porta, buzina ou voz;
• Não fala ou fala muito errado;
• Olha muito para boca da pessoa que fala;
• Tem dificuldade para compreender conversas;
• Usa gestos para se comunicar;
• Fala alto e diferente das outras pessoas;
• É distraído, desatento e não atende quando é chamado;
• Quase sempre está irritado, agitado e nervoso.


http://www.ilustrado.com.br/2011/ExibeNoticia.aspx?Not=Limites%20da%20surdez%20s%C3%A3o%20superados%20com%20apoio%20da%20fam%C3%ADlia,%20sa%C3%BAde%20e%20educa%C3%A7%C3%A3o&NotID=31014

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