sexta-feira, 11 de maio de 2012

POLITÉCNICO DE LEIRIA Engenheiros criam cadeira de rodas autónoma ‘low-cost’


João Pereira, coordenador do projecto, faz uma demonstração na apresentação do projecto de uma cadeira de rodas autónoma móvel movida pelo olhar e pela voz, desenvolvida no âmbito da disciplina de informática para a saúde do Instituto Politécnico de Leiria.João Pereira, coordenador do projecto, faz uma demonstração na apresentação do projecto de uma cadeira de rodas autónoma móvel movida pelo olhar e pela voz, desenvolvida no âmbito da disciplina de informática para a saúde do Instituto Politécnico de Leiria.Imagem: RICARDO GRAÇA/LUSA
"A mais-valia deste projeto está no seu baixo custo e no facto do módulo poder ser adaptado à maior parte das cadeiras de rodas que não possuem motorização, como aquelas que se encontram habitualmente num hospital", explica aquele que é o coordenador do curso de Informática para a Saúde, que integra o departamento de Engenharia Informática da Escola Superior de Tecnologia e Gestão (ESTG) do IPL.
Uma cadeira de rodas autónoma "pode custar entre 10 e 30 mil euros", mas este projeto tem condições de assegurar que a comercialização ronde os 2500 euros, sublinha à Lusa, por outro lado, o coordenador do departamento de Engenharia Informática da ESTG, Patrício Domingues.
"O módulo 'low cost' faz o reconhecimento dos comandos de voz, de movimentos oculares, mas também a análise de imagens para prevenir colisões", conta Ricardo Martinho.
O mesmo responsável revela que o preço de produção deste protótipo não ultrapassou os mil euros. "É uma diferença muito grande em relação aos preços proibitivos a que as cadeiras de rodas autónomas podem atingir", enfatiza.
Para a criação deste protótipo foi utilizado um portátil 'low cost', uma placa de aquisição de dados, dois motores, duas rodas, um microfone com auscultadores, duas 'webcams' e um capacete.
Uma vez concluído o protótipo, a fase seguinte passa por encontrar financiamento, desenvolver o projeto nas áreas da mecânica e da eletrotecnia, bem como avançar para o desenvolvimento do design do módulo, que se transformará num 'kit' portátil.
"Um dos passos importantes passa por fazer um projeto de design industrial para a estrutura física amovível de suporte aos motores, às baterias e ao próprio mecanismo de tração das rodas", explica Ricardo Martinho.
Já o coordenador do projeto, o professor João Pereira, assinala que este "módulo 'low cost', adaptável para uma cadeira móvel autónoma, faz o reconhecimento dos comandos de voz, de movimentos oculares, mas também a análise de imagens para prevenir colisões".
Enquanto a primeira 'webcam' se destina a reconhecer os movimentos oculares, a segunda visa detetar obstáculos, precisa o responsável, sublinhando que o sistema de comando é simultaneamente assegurado por voz e pela íris para garantir maior fiabilidade.
A ESTG é uma das cinco escolas do IPL, instituto que representa atualmente cerca de 95 por cento do ensino superior do distrito de Leiria e abrange uma comunidade de mais de 12.000 estudantes e 900 docentes.
Lusa
Este artigo foi escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico

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